sábado, 3 de novembro de 2012

COMO TROCAR OS ROLAMENTOS DE UM ALTERNADOR

Você sabe trocar os rolamentos de um alternador? Então vamos lá:

O processo é muito simples desde que siga alguns passos importantes. O alternador usado aqui é um BOSCH do Santana 2.0.

    


Vamos prende-lo bem firme em uma morsa ( torno de bancada) para iniciar a desmontagem das polias.





Atenção especial ao local onde deve ser fixado à morsa para não amassar nada nem quebrar devido ao aperto.




Utiliza-se um soquete medida 22 ml. para soltar a porca principal. Aquela que se encontra dentro da polia externa.Após o desmonte, preste muita atenção nos calços entre as polias externa e interna ( de refrigeração). Marque a sequência para não montar errado.











Agora vamos iniciar o desmonte da carcaça do alternador. Você vai precisar de uma ferramenta do tipo de punção e torque. Quando bate ela torce o parafuso para o lado que estiver ajustada; para soltar ou apertar.
Muito útil.Tem parafusos que precisam de um "carinho" a mais, é claro.











Agora fixaremos o rotor do alternador na morsa para retirar o rolamento que fica prensado nele, precisaremos de um sacador para este trabalho.Novamente muita atenção ao prender o rotor na morsa para não amassar nenhuma parte e não estraga-lo definitivamente.

















Vamos aproveitar e tirar todas as imperfeições do rotor, na pista onde trabalha o regulador de voltagem cria-se com o passar dos anos deformidades que devem ser removidas para que haja um bom desempenho do mesmo.





Prenda o rotor no mandril de uma furadeira de bancada para que ele gire e possa fazer o desbaste de forma unicêntrica; ou seja não desbastar demais um lado do que o outro e deixar tudo "quadrado".Com o auxilio de uma lima fina dá-se o acabamento desejado.






Após tudo isso feito inverte-se o processo e inicia-se a montagem examinando tudo, passo-a-passo para não montar nada errado, deve-se testar o coletor do alternador com o auxilio de um multímetro para constatar se a resistência e a impedância de voltagem do mesmo.Vamos monta-lo e dar acabamento já que não foi encontrado nenhum problema com a carcaça.














Basicamente é isso ai pessoal, quem quiser se aprofundar mais sobre o assunto eu vou postar também uma apostila criada pelo SENAI juntamente com a CST sobre Materiais e Equipamentos de Baixa Tensão. 



















sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Novos produtos do SEMA


Novos produtos do SEMA

Las Vegas, EUA - Na manhã de terça-feira, o Las Vegas Convention Center abriu as portas da SEMA Show 2012, o maior evento de carros modificados e acessórios do mundo. Dividido em quatro grandes pavilhões (dois pisos no norte, dois  ao sul e um central), abriga milhares de carros e equipamentos eletrônicos e de tecnologia, alas para hot rods, SUVs, picapes e off-road, além de rodas e pneus. No chamado Central Hall, um pavilhão gigantesco é destinado a “Racing & Performance”. Exatamente onde conferimos alguns destaques do evento.
Quanto mais touch e sem fio, melhor.
Um bom exemplo do caminho em que a tecnologia está tomando é o novo equipamento da MSD, que substitui a tradicional ECU e “chicote” do sistema elétrico. Segundo a empresa, o Atomic EFI pode ser instalado em qualquer motor de base LS da Chevrolet, muito usado em hot rods. E o melhor: não precisa de programação por computador, já que uma pequena caixa eletrônica já traz todos as configurações prontas, de acordo com o modelo de motor utilizado. Além de facilitar a instalação, dá um visual limpo para o cofre do motor.
Na mesma tocada, a Holley lançou a versão eletrônica do seu carburador, chamado Terminator EFI (abaixo). Também é vendida como “fácil de instalar” e deve ser febre nos hots, mantendo o visual nostalgico.
Candidato na votação dos melhores novos produtos do evento, o Muti Gauge, apresentado pela PLX, é um instrumento touch screen capaz de reconhecer os sensores do seu carro automaticamente. Assim, basta um toque na tela para variar entre pressão de turbo, óleo, temperatura de água… Ou todos juntos no mesmo display.

Ainda mais arrojados, os caras da ACCUAIR, especializados em suspensão a ar, impressionaram os visitantes ao mudar a altura deste Audi por um iPod Touch.


Enquanto a piloto da Indy Danica Patrick dava entrevista no estande da Chevrolet, os visitantes curtiam o visiual do Camaro Hot Wheels, que ganhou versão apresentada durante a SEMA.
Também na área da montadora americana, destaque para as peças e acessórios oferecidos pela própria marca, que fazem competição sadia aos diversos expositores do evento. Entre os equipados, as versões sedã do Sonic chamaram atenção.

MUSTANG: MAIS DE 1000 CV.


 E DE FÁBRICA…


Visual impressionante, desempenho idem...
A nova geração do Ford Mustang Shelby 1000, com até 1.115 cv de potencia máxima, será apresentada oficialmente no Salão de Nova Iorque 2012 (de 6 a 15 de abril). O Shelby 1000 celebra os 50 anos de lançamento do primeiro Shelby Cobra e permanece fiel às suas origens, levando a
performance a um nível absurdo.
A equipe da Shelby American, que desenvolveu o modelo, usou como base o motor 5.4V8 de 659 cv do atual Mustang GT500, do qual foi aproveitado só o bloco. Ele recebeu novas bielas, eixos e pistões, além de sistemas de arrefecimento e escapamento aprimorados, e um novo  urbocompressor.
Shelby será apresentado ainda esta semana, em Nova Iorque.
Para controlar toda essa potência, os freios usam pinças de seis pistões na frente e de quatro na traseira. A suspensão ganhou novos amortecedores, buchas e barras estabilizadoras. O interior tem mostradores adicionais e acabamento diferenciado em aço escovado. Para completar, a carroceria exibe um kit aerodinâmico com novos difusores, capô e saias.
Produzido em edição limitada, o Shelby 1000 terá duas versões, uma homologada para andar nas ruas, com 963 cv, e a outra exclusiva para competição, com potência de 1.115 cv. Os seus preços variam na faixa de US$150.000 a US$200.000.
“Carroll Shelby, o legendário piloto e preparador de veículos, que empresta nome ao modelo, desafiou nosso time a desenvolver o Shelby 1000 e apresentar essa grande novidade no Salão de Nova Iorque, para celebrar os 50 anos do primeiro Shelby Cobra, que mudou o panorama dos carros de alta performance”, disse John Luft, presidente da Shelby American. “Esse primeiro Cobra também será exibido junto com o Shelby 1000 no nosso estande”.

FORD PODE ESTRAGAR O MUSTANG.


FORD PODE ESTRAGAR O MUSTANG. DE NOVO

Concept Evos deve inspirar o Mustang 2014.
Em 2014 o Ford Mustang vai completar 50 anos de lançamento. Mas não se anime: a montadora está ameaçando –segundo a imprensa americana- tentar estragar o carro, lançando uma nova geração com estilo menos retrô, baseada no concept Evos. Isso também foi dito pelo responsável pelos desenhos da marca, J Mays.
Desenho fantástico, mas nada do Mustang.
De acordo com Mays, o estilo da próxima geração do Mustang já está definido desde o ano passado, três anos antes do lançamento. Sempre segundo Mays, a grande surpresa estará no fato de que o modelo deverá estar mais voltado para o futuro do que para o passado. “Os modelos lançados em 2005 e 2010 são retrôs. O desafio para o 50º aniversário do carro será não olhar para trás, mas tentar manter todos os fãs do Mustang e ainda focalizar o carro no futuro”, explicou. “Ele tem que parecer com um Mustang, mas você pode reduzir a lista de detalhes que são ou não necessários para fazer um carro parecer como um Mustang”, encerrou.
Evos foi mostrado em Frankfurt, no ano passado.
Os desenhistas e projetistas da Ford já trabalham inspirados no conceito Evos, apresentado no Salão de Frankfurt do ano passado. Outro motivo para justificar a mudança na nova geração do Mustang é o fato de que nos últimos oito meses o Chevrolet Camaro tem superado o pony car da Ford em vendas, com diferença de até 10 mil carros a mais. Em 2010 o Mustang vendeu 166.530 unidades, e em 2011 caiu para apenas 70.438.
A idéia da Ford é tornar o carro mais atraente para a geração de nascidos entre 1980 e 1999. Isso implica visual mais limpo e atual, maior tecnologia e foco na consciência ambiental. Na verdade, o Camaro com seu estilo retrô está fazendo muito sucesso, e o Mustang, também retrô, deu uma arrefecida. Talvez o marketing da GM esteja atuando melhor que o da Ford.
A Ford pode estar pronta para repetir o erro que cometeu na segunda geração do Mustang (de 1974 a 1978) e na terceira (de 1979 a 1983), quando o carro ficou comum e quase desapareceu. Aí o Camaro vai deitar e rolar no mercado.
Desastre I: a segunda geração (1974-1978). Desastre II: a terceira geração (1979-1993)

NOVO SANTANA


O novo VW Santana já está pronto e foi apresentado na Alemanha. O esperado é que fosse mostrado em algum país emergente ou na na China, mercado onde será produzido pela Shanghai Volkswagen Automotive. A Volkswagen optou por mostrar o modelo em casa, onde a primeira unidade do carro foi produzida.
 O carro foi todo redesenhado, dentro do novo estilo dos Volkswagen. O Santana poderá ser equipado com motores EA 211, aspirados, de quatro cilindros e 16 válvulas. O 1.4 tem 90 cv e o 1.6, 110 cv. A distância entre-eixos é de 2,6 metros e o porta-malas tem 480 litros, além de freios ABS, controle eletrônico de estabilidade, ar-condicionado, teto solar elétrico, rodas de liga leve, sensores de estacionamento e bancos de couro, alguns oferecidos como itens de série ou opcionais. Para a China, são três versões disponíveis: Trendline, Comfortline e Highline.
 O novo sedã vai ser fabricado aqui e irá recuperar o nome Santana. Deve chegar em 2014. O Santana irá disputar espaço com Chevrolet Cobalt, Fiat Grand Siena e Renault Logan, entre outros, devendo ter preço atraente, bom espaço interno e acabamento simples.

HARLEY SOBREVIVENTE


HARLEY SOBREVIVENTE DO TSUNAMI ACHADA NO CANADÁ

Esta moto é uma Harley Davidson FXSTB Softail Night Train. Até aí nada demais, a não ser pelo fato de que ela “sobreviveu” ao tsunami que abalou a costa japonesa n o ano passado. A moto -que está em exposição no museu da Harley Davidson- pertenceu a Ikuo Yokoyama, um dos sobreviventes da tragédia, que hoje está tentando reconstruir sua vida após o desastre natural.
A Harley ficou à deriva no Oceano Pacífico durante mais de um ano, e foi encontrada por Peter Mark, ao largo da costa canadense, na Colúmbia Britânica, dentro de um conteiner onde o proprietário a mantinha. Ou seja, atravessou o mar. Por meio de contactos entre agências internacionais e o representante da marca no Japão, foi possível chegar a Yokoyama, que não quer a moto de volta, apesar da oferta da marca americana em devolver-lhe a FXSTB.
O proprietário pediu apenas que a Harley ficasse em exposição, tal como a encontraram, no museu da marca, em Milwaukee, no estado de Wisconsin, como homenagem às vítimas do tsunami.

sábado, 4 de agosto de 2012

Sonic: conheça o novo lançamento da Chevrolet no Brasil



"O Sonic hatch e sedã são dois novos modelos que vêm para complementar a gama oferecida pela Chevrolet no Brasil", afirma o vice-presidente da General Motors do Brasil Antônio Meira Jr. de Búzios, RJ*


Depois de passar anos com uma linha de produtos defasada, a General Motors do Brasil agora tem pressa em atualizar todo portfólio da Chevrolet no país. Começou em setembro, substituindo o Vectra pelo Cruze, em novembro trocou as carrocerias sedã de Astra e Corsa pelo Cobalt, em fevereiro apresentou a uma nova geração para S10 e agora lançou o Sonic, que chega para ocupar um espaço entre o Agile e o Cruze Sport6 - variante hacth do sedã que chegou em abril.

 Além disso, o novo veículo tem uma versão sedã, opção a mais entre os seis que a Chevrolet já oferece no mercado nacional: Classic, Cobalt, Cruze, Malibu, Omega e Prisma. "O Sonic hatch e sedã são dois novos modelos que vêm para complementar a gama oferecida pela Chevrolet no Brasil.

 Vão preencher uma importante faixa de mercado, formada por clientes que procuram estilo, tecnologia e sofisticação, sem abrir mão da esportividade e da praticidade que só um compacto premium pode oferecer", afirma Marcos Munhoz, vice-presidente da General Motors do Brasil. Esteticamente, o Sonic que está sendo importado da Coréia do Sul, e a partir do próximo ano será trazido do México, tem faróis com os canhões de luz expostos que chamam atenção ao primeiro olhar. A grade bipartida com a barra ostentando a gravata dourada remete imediatamente ao design dos Chevrolet. O sedã e o hatch são modelos bem distintos. O sedã, visto de perfil, tem uma presença mais sofisticada e madura. À primeira vista, o modelo de cinco portas parece um hatch de três porque os puxadores traseiros estão discretamente localizados na coluna "C". A traseira do Sonic hatch reforça ainda mais o espírito jovem do modelo, já que inclui lanternas pouco convencionais, inspiradas nas motocicletas, enquanto o sedã tem lanternas mais sóbrias.


 CONJUNTO MOTRIZ:

Fábricado na Hungria, o motor 1.6 16V Ecotec do Sonic rende 120 cv quando abastecido com etanol e 116 cv com gasolina, sempre a 6.000 rotações por minuto. O torque máximo, com etanol, é de 16,3 kgfm e aparece já nas 4.000 rpm. Com gasolina, o torque é de 15,8 kgfm, na mesma rotação. E, além dos bons números, vale ressaltar que 90% do torque já estão disponíveis a partir dos 2.200 giros. Associado a este propulsor, duas caixas de câmbio, uma manual de cinco marchas e um automático, de seis velocidades. De acordo com a GM, o câmbio automático se adapta ao estilo de condução do motorista e conta com um sensor de inclinação que modifica as marchas segundo a necessidade. Por exemplo, em uma descida, ela reduz marchas para ajudar a segurar o carro, mesmo sem a intervenção do condutor. Em subidas, evita trocas desnecessárias.


 EQUIPAMENTOS:

A versão LT traz uma boa oferta de itens de série, como ar-condicionado, airbags dianteiros, direção hidráulica, computador de bordo, ABS com EBD, trio elétrico, rodas em liga leve aro 15 e desembaçador do vidro traseiro. Já a versão LTZ oferece tudo o que a LT traz e ainda o sensor de estacionamento, faróis de neblina dianteiros, apliques cromados nas maçanetas internas, friso lateral cromado, rodas em liga leve aro 16 com pneus 205/55 R16, descansa-braço central, controles para o rádio no volante e rede porta- objetos no porta-malas. Além disso, a versão do Sonic LTZ ainda oferece a opção do câmbio automático de seis marchas, piloto automático e o revestimento dos bancos em couro.

  IMPRESSÕES:

Avaliado entre as cidades do Rio de Janeiro e Búzios, num total de 340 km entre ida e volta, o Sonic mostrou boa dirigibilidade. O motor é interessante nas retomadas, mas demora a atingir velocidades mais altas. A suspensão está bem adaptada aos pisos irregulares. Alguns itens poderiam melhorar. As laterais das portas não têm apliques de nenhum material mais agradável ao toque, são completamente revestidas por plástico. Os bancos poderiam ter um tecido melhor e a opção em couro não utiliza o material natural, já que a Chevrolet utilizou uma variante sintética. Falta também o terceiro apoio de cabeça central no banco traseiro.

  PREÇOS:

O Sonic hacth é oferecido a partir de R$ 46.200, na versão LT com câmbio manual. O LTZ custa R$ 48.700 com caixa manual e R$ 53.600 automático. O sedã parte de R$ 49.100, LT manual. O LTZ custa R$ 51.500 com câmbio manual e R$ 56.100 automático. Para qualquer carroceria, a pintura metálica custa R$ 965. A expectativa é vender 1.200 unidades por mês, meta simples levando em conta que a Chevrolet tem 600 concessionárias. Os principais concorrentes do novo Chevrolet são o Ford New Fiesta, os Honda Fit e City e ainda o veterano VW Polo. Todos estes produtos, incluindo o Sonic, tem três anos de garantia, à exceção do Polo, que conta com apenas um ano de cobertura total. RENOVAÇÃO A Chevrolet continuará com sua meta de renovar e atualizar seus veículos. O próximo lançamento chega no final deste mês: será o Spin, uma minivan para cinco e sete passageiros que irá substituir de uma só vez a Meriva e a Zafira. Até o final do ano, a marca apresentará mais um hatch e um sedã compactos (família Onix, fabricada no RS) e a Blazer.

domingo, 3 de junho de 2012

RÉPLICAS: SPYDER, COBRA E GT40

ELES SÃO CÓPIAS, MAS O CHARME E O PRAZER AO DIRIGIR SÃO QUASE IGUAIS AOS ORIGINAIS


 POR MARCELO MOURA | FOTOS: CHRISTIAN CASTANHO







 O fim de tarde é diferente, no outono de São Paulo. O céu fica azul-alaranjado por duas horas, até que o tempo esfria e a noite cai. Me lembra Vanilla Sky, filme no qual Tom Cruise dirige uma Ferrari 250 GTO e namora a Cameron Díaz - e a Penélope Cruz. Não vou contar muito para guardar o suspense para quem não assistiu, mas o "céu de baunilha" do título faz parte de um mundo perfeito, mais ou menos como este meu aqui. É uma segunda-feira e não estou trabalhando entre quatro paredes. Estou no autódromo de Interlagos com a pista vazia. Parados no pátio diante do portão 9, de chave no contato, três dos maiores esportivos de todos os tempos: Porsche 550 Spyder, Shelby Cobra e Ford GT40. Na verdade, é quase isso. Chamonix Spyder 550 S, Newtrack Cobra e Americar GTA 40 são dublês (a GTO do Tom Cruise também era). Reconstituições do mundo perfeito feitas de fibra de vidro, com adaptações técnicas e preço possível. "Preço possível" não é só um detalhe bem-vindo, ele permite que esses carros sejam fiéis ao espírito dos originais. Um Spyder legítimo, dos anos 50, hoje custa perto de 1 milhão de euros. Duvido que alguém fique à vontade dentro dele. O Chamonix Spyder, pelo contrário, é de casa. Seta para a esquerda, pé no acelerador e, com 2 metros de convivência (a largura da calçada diante da loja onde busquei o carro), já somos íntimos o bastante para pegar a avenida congestionada até o autódromo. O Spyder é extremamente básico, não há muito o que aprender. A porta abre, mas se quiser passar por cima, como num bugue, fique à vontade. O banco concha vai para a frente e para trás, é tudo o que se permite de ajuste - e eu, com 1,94 metro, fico na dúvida entre ver o mundo por cima ou através do para-brisa. Livre de forrações, a cabine é trespassada pelo chassi tubular. O resto é acelerador, volante, freio e embreagem, sem assistências hidráulicas ou eletrônicas. Tudo que você precisa para ser feliz. É com ele que começo minhas voltas no autódromo. O carro tem 680 kg, algo fundamental no Spyder. Leve, chega aos 100 km/h em 8,5 s, mesmo tendo um motor sem brilho - o VW 1.8 flex, de 106 cv. O Spyder raramente passa de 200 km/h, nesse circuito de subidas e descidas fortes. A Chamonix está preparando uma versão de pelo menos 150 cv. Que venha logo. A aceleração do Spyder está longe de ser vertiginosa, mas a agilidade em geral é muito boa. Como a inércia da carroceria é pequena, é sempre possível arriscar, errar e corrigir a trajetória. O acelerador demora a responder e, quando vem, percebo que pisei fundo demais. A traseira escapa, mas um golpe na direção põe tudo de volta ao lugar. Sinto falta de bancos mais envolventes - nas curvas longas, apoio a perna na parede da cabine, para segurar o corpo. De qualquer jeito, esse é o tipo de coisa que eu poderia encomendar à Chamonix, na hora da compra. É tão fácil se encontrar dentro do Spyder que, às vezes, você se esquece de que ele não é seu. O Spyder é franco, transmite confiança. Com disposição para trabalhar volante e pedais, você o põe onde quer no traçado, como se fosse um irmão maior do kart. Não cronometrei as voltas, mas posso afirmar que, no Spyder, os tempos de volta logo ficam parecidos. Com o traçado de Interlagos resolvido na cabeça, é hora de buscar o desconhecido. O AC original inglês tinha muito a ver com o Spyder alemão, eram esportivos leves e quase contemporâneos.








Mas o AC ganhou o sobrenome Cobra quando o texano Carroll Shelby lhe deu um toque de americanidade: violentou o esportivinho com um V8 small block. O visual do Newtrack, fiel ao Shelby Cobra, conta essa história. Ele traz os elementos básicos que fazem do Spyder um carro simpático (faróis redondos na frente, as ancas dos para-lamas atrás), mas anabolizados a ponto de torná-lo ameaçador. Dos 4,1 metros de comprimento, quase metade é dedicada ao motor. A carroceria é 30 centímetros mais larga que a do Spyder, mas a cabine é menos espaçosa. O casal viaja como se estivesse brigado - afastados um do outro e na diagonal, apontados para o lado de fora. Culpa do largo túnel do câmbio, invadindo a cabine. O trambulador também faz questão de impor sua presença: com movimentos largos, você desengata a primeira (tlic) e leva até a segunda (tlic). Muito suave, se levado na direção certa, e absolutamente inflexível, se você tentar levar para fora dela. Isso diz algo sobre o espírito do carro. Este Cobra pesa 1100 kg, quase o dobro do Spyder. Enquanto um é básico e enxuto, o outro tem acabamento de carro burguês, com suas peças de alumínio maciço (repare nos pedais, com o logotipo "AC"), couro preto e madeira. O banco concha sugere esportividade, mas a adaptação da Newtrack faz deste Cobra um carro de passeio: com assento elevado e a pedaleira num rebaixamento do piso, a posição de dirigir é confortável e panorâmica. A relação peso-potência é bem melhor que a do Spyder (4,8 km/cv contra 6,4), graças ao motor V8 de 230 cv, mas as coisas acontecem num outro ritmo. O ponteiro do conta-giros sobe mais devagar. Isso tira agilidade do carro, mas dá um ar de cerimônia adequado. Parece mesmo que estamos despertando uma força da natureza. Os canos de escape saem das duas bancadas do V8 diretamente para as laterais do carro, onde cada quarteto se junta num silencioso meramente formal no começo da porta e despeja sua fúria sonora ao fim dela, junto dos ouvidos dos ocupantes. O ronco começa grosso, grave, na freada da curva do Bico de Pato, mas na subida da curva da Junção ganha timbres de uma britadeira - os oito pistões socando o ar de um lado para o outro, 100 vezes por segundo, empurrando essa locomotiva na subida para a reta dos boxes. A vontade é cravar o pé e conhecer os limites desse carro tão intimidador, mesmo sem saber se o freio vai dar conta no fim da reta. São segundos de êxtase inconsequente e suicida, até que as placas anunciando a proximidade da curva chamam de volta para a realidade e para os freios. Este Newtrack Cobra esconde suas reações mais que o Chamonix. É dissimulado, não se entrega de pronto para um estranho como eu. Ele intriga e, com isso, instiga. Ao mesmo tempo que anda rápido para a frente, o Newtrack tem suspensão macia. Mesmo quando dou golpes na direção, o movimento do carro nunca é duro e quadrado. A meia velocidade, perto de 80 km/h, ele se esgueira pelo asfalto. Juro que procurei outras imagens para explicar isso, queria fugir do trocadilho fácil, mas a melhor delas é essa mesmo: ele se move como uma cobra.






 Confesso que, quando vi o GTA 40 parado no portão 9, preferi não olhar. Feliz por saber que ele estava ali, quis guardar para mais tarde. No Vanilla Sky, chamam quem faz isso de "pleasure delayer" - algo como quem tem prazer em adiar o prazer. O GTA quase não veio. O diretor da Americar, Cleber Lopes, tinha medo de mal entendido: "Posso adaptar ao gosto do cliente, mas o modelo que eu tenho aqui é fiel ao original. Quem andou no GT40 sabe que ele não é para desfilar". Respondi que meu objetivo era encontrar réplicas marcantes. O visual é do GT40 mais bonito, o Mk1, nas cores da Gulf Oil, patrocinadora de duas das quatro vitórias nas 24 Horas de Le Mans. Sob a tampa do tanque original vem outra trancada a chave. A empresa oferece, de opcional, sensor de estacionamento. O GT40 não prevê para-choques e, aliás, também não prevê visibilidade periférica. O interior do GTA 40 é um lugar de trabalho. Como a largada era fora do carro, o recorte da porta se prolonga pelo teto, para tornar o acesso fácil - e, às vezes, possível. Sou mais alto que a média, mas imagino que um piloto, de capacete, acabe apertado como eu. Pressionado pelo teto, fico com a cabeça de lado (e agora entendo por que o velocímetro é torto). As pessoas que fizeram história no GT40 - do naipe de Jacky Ickx, Bruce McLaren e Chris Amon - estavam ali porque eram pagas para isso. As 24 Horas de Le Mans eram não só uma corrida de carros, mas uma corrida de homens. Heróis. Veste-se o GTA como uma roupa. O pedal de embreagem corre na diagonal, por trás do pedal de freio. Perto do original, é leve e tem curso longo. Este Ford V8 não gosta de andar devagar, embora sua marcha lenta seja mais estável que a de um Copa Clio, o carro de corrida mais amigável que posso imaginar. Colada à perna direita, a alavanca de câmbio é manhosa. Não vai se você levar com jeito, e não avisa muito que foi engatada. Pede gestos decididos e confiança cega. A primeira marcha serve apenas para pôr em movimento. Chuto o pedal esquerdo, puxo a alavanca para trás e recolho a perna de novo, sem esperar confirmação. Ou o câmbio vai moer as engrenagens ou o carro vai andar - e é melhor que ande, o dono está no banco ao lado. Andou. Beleza. Não é furioso, mas anda rápido (por 280 000 reais, há uma versão de 480 cv). O V8 impressiona menos pelo ronco (o Cobra é melhor) e mais pelo calor. Mesmo de ar-condicionado ligado. O GTA escolhe seus donos. Precisa ser usado com convicção, intuitivamente, desde o começo, ou ele vai reagir com um coice. Isso traz tensão, mas o volante de camurça vai enxugando o suor das mãos. A incerteza e o desconforto físico fazem pensar que o dono deste carro encontra prazer em algum lugar distante do senso comum, como um maratonista que corre 40 km descalço. A direção rápida pede ações decididas, mesmo sem saber muito bem onde o carro começa e termina. O retrovisor interno mostra o filtro de ar em forma de triângulo e os retrovisores externos, o rabo de pato na traseira. O para-brisa é tão inclinado que até a visibilidade para a frente é distorcida, mas boa o suficiente para diferenciar o preto do asfalto e o verde da grama. Estreitar a convivência a ponto de fazer voltas seguidas no mesmo segundo levaria dias - mas o céu cor de baunilha já tende para o negro, avisando que o mundo perfeito está prestes a acabar.

 Chamonix Spyder 550 S Motor: traseiro central, longitudinal, 4 cilindros, 8V, flex Cilindrada: 1 781 cm3 Diâmetro x curso: 81 x 86,4 mm Potência: 106/103 cv a 5 250 rpm Torque: 16/15,5 mkgf a 3 000 rpm Câmbio: manual de 5 marchas, tração traseira Suspensão: Dianteira: semiindependente. Traseira: braços longitudinais e barra de torção Dimensões: comprimento, 370 cm; largura, 154 cm; altura, 111 cm; entre-eixos, 218 cm Peso: 680 kg Peso/potência: 6,4/6,6 kg/cv Peso/torque: 42,5/43,9 kg/mkgf Pneus: 195/60 R15 Preço: 69 100 reais (básico)

 Newtrack Cobra Motor: dianteiro central, longitudinal, V8, 16V, gasolina Cilindrada: 4 949 cm3 Diâmetro x curso: 102 x 76 mm Potência: 230 cv a 4 600 rpm Torque: 43 mkgf a 2 600 rpm Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira Suspensão: Dianteira: independente, duplo A . Traseira: eixo rígido com barra Panhard Dimensões: comprimento, 410 cm; largura, 184 cm; altura, 122 cm; entre-eixos, 243 cm Peso: 1 100 kg Peso/potência: 4,8 kg/cv Peso/torque: 25,6 kg/mkgf Pneus: 235/60 R15 (dianteiros) e 295/50 R15 (traseiros) Preço: 90 000 reais (básico)

 Americar GTA 40 Motor: traseiro central, longitudinal, V8, 16V, gasolina Cilindrada: 4 949 cm3 Diâmetro x curso: 102 x 76 mm Potência: 350 cv a 5 500 rpm Torque: 44 mkgf a 4 600 rpm Câmbio: manual de 5 marchas, tração traseira Suspensão: Dianteira: independente, duplo A. Traseira: independente, multilink Dimensões: comprimento, 418 cm; largura, 180 cm; altura, 102 cm; entre-eixos, 242 cm Peso: 1 050 kg Peso/potência: 3 kg/cv Peso/torque: 23,9 kg/mkgf Pneus: 235/40 R17 (dianteiros) e 285/40 R18 (traseiros) Preço: 195 000 reais (básico)